A multiplicidade de distribuições prejudica a adoção do software livre?


FONTE: http://blog.tondello.com/

Duas questões intermináveis no mundo do software livre são: (1) será que o modelo de software livre conseguirá um dia substituir o modelo de software proprietário — principalmente na área de sistemas operacionais? e (2) deveria mesmo haver tantas distribuições de Linux?

Recentemente, encontrei um artigo que me pareceu unir as duas questões. Na verdade, o artigo é um pouco antigo, mas achei que valia a pena apresentá-lo novamente, porque já pode estar um pouco esquecido e também porque, nas referências a ele que encontrei em português, sempre se focou mais em outros aspectos, não neste.

Dois pesquisadores da Escola de Negócios de Harvard decidiram criar um modelo econômico da competição entre a Microsoft e o Linux pelo mercado e realizaram simulações para ver como cada um deve se sair na competição. Os resultados foram publicados em 2005.

O artigo é muito interessante e vale uma leitura com atenção (em inglês), mas o que eu quero destacar aqui são apenas algumas das conclusões apresentadas.

Os autores chegaram a conclusão que vai ser muito difícil que qualquer um dos competidores consiga tirar o outro completamente do jogo. Porém, eles identificaram algumas coisas que podem ajudar ou prejudicar o avanço de um ou outro. Eles apontaram o que mais pode facilitar a adoção do software livre no lugar do proprietário e o que mais pode prejudicar:

  • O que mais pode ajudar o software livre é a adoção por grandes empresas e governos;
  • E o que mais pode prejudicar é o code forking, ou, na minha interpretação, no caso do Linux, a multiplicidade exagerada de distribuições.

No caminho inverso, recentemente foi noticiado que Linus Torvalds defendeu a multiplicidade de distribuições como algo “absolutamente necessário”.

Será que esta multiplicidade pode mesmo ser um dos fatores mais prejudiciais na batalha do software livre contra o proprietário? Infelizmente, a referência não explicava em maiores detalhes o porquê desta afirmação, mas até sugeria como uma das estratégias que a Microsoft poderia adotar para frear o avanço do Linux o estímulo ao code forking.

Pode-se ver que ainda há muito a se pensar neste sentido.

Há uma coisa, entretanto, que parece certa a curto prazo: se houvesse pelo menos uma padronização maior das distribuições, de forma que os aplicativos, drivers, configurações, etc. feitos em uma funcionassem sem grandes problemas na outra, a comunidade só teria a ganhar.

O que falta para que seja possível alcançar pelo menos este nível de padronização? E será que os pesquisadores acertaram ao dizer que o code forking atrasa a popularização do Linux? Se você tem alguma ideia, aproveite e deixe seu comentário!


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