Flash para programador
Segunda-feira, 24 de setembro de 2007 - 18h40
O Flex Builder 2 cria aplicações online robustas e exporta em SWF.
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Flex Builder 2: distribuição de painéis e abas similar às do Dreamweaver e do Flash
"Você é programador ou designer?" Quem trabalha com o aplicativo Flash certamente já ouviu essa pergunta pelo menos uma vez na vida. Nascido como ferramenta para animações, o Flash foi ganhando recursos de pro-gramação a cada nova versão. Entretanto, conceitos como linha do tempo e movie clip, nativos da plataforma, são desconhecidos para quem programa em plataformas mais robustas, como Java, por exemplo.
É aí que entra o Flex Builder 2 (www.info.abril.com.br/download/4741.shtml). Como o Flash, ele exporta seus arquivos no formato SWF, o padrão do onipresente plug-in Flash Player. Mas, diferentemente do tradicional aplicativo criado pela Macromedia, o Flex é totalmente voltado para programadores. Ele não possui, por exemplo, as ferramentas de desenho do Flash. Por outro lado, tem recursos mais robustos para quem programa, como code hinting mais completo e uma ferramenta de debugging mais precisa que a do Flash. Outro recurso interessante, principalmente para quem trabalha com Java, é que o Flex pode ser usado como um plug-in do Eclipse, ambiente de desenvolvimento muito popular entre os programadores de Java.
Essas características fazem com que o Flex Builder 2 seja uma alternativa interessante para a criação de aplicativos online dinâmicos, que acessem webservices, objetos XML e Java e outros componentes de backend.
O Flex Builder 2 faz parte da arquitetura Flex, aposta da Adobe na área de RIAs (Rich Internet Applications). Além do Builder, a plataforma é composta pelo Flex SDK (bibliotecas e compilador gratuitos), pelo Data Services (aplicação de servidor usada em serviços colaborativos) e pelo Flex Charting (conjunto de componentes para montagem de gráficos).
A CONCORRÊNCIA
Entre os concorrentes do Flex, o mais tradicional é o applet Java. Ele é usado desde os primórdios da web, mas tem a desvantagem de ser bem mais “pesado” que o Flash. Mais badalado, o Ajax é outra plataforma muito usada na construção de RIAs. Mas o desempenho em diferentes sistemas operacionais e browsers não é tão consistente quanto o do Flash. Um possível concorrente de peso para o Flex é o WPF (Windows Presentation Foundation), da Microsoft. Ele faz parte do conjunto de ferramentas .Net Framework 3.0.
LINGUAGENS
O Flex Builder 2 trabalha com duas linguagens. A ActionScript, velha conhecida dos programadores de Flash, é suportada em sua versão 3.0. Mais robusta e com orientação a objetos mais completa que a versão anterior, ela tem uma sintaxe parecida com a do Java. Já a linguagem MXML é derivada do XML e tem uma sintaxe bastante intuitiva. Programadores que conhecem linguagens baseadas em tags, como o HTML ou o CFML (ColdFusion), rapidamente vão se entender com a MXML.
A MXML é uma linguagem voltada para a descrição de interfaces, como a XUL (usada no Firefox) e a XAML (desenvolvida pela Microsoft). Por isso, toda a parte de layout das aplicações pode ser feita apenas por meio de código MXML. Propriedades de objetos, por exemplo, podem ser modificadas por meio de atributos no código. A digitação é feita numa janela que traz contador de linhas, marcações de tags por cores e outros recursos úteis para programadores.
INTERFACE
Quem já trabalhou com os programas Dreamweaver ou Flash vai se sentir à vontade no Flex. A área de trabalho é dividida em dois modos: visual e texto. O modo visual funciona como o palco do Flash. Para criar um formulário de dados, por exemplo, basta arrastar botões e campos de texto a partir do painel de objetos e posicioná-los na área de trabalho. Em seguida, pode-se clicar nos objetos e alterar suas propriedades nas janelas adequadas. Já o modo texto é voltado para a criação de código MXML e ActionScript. Para alternar entre os modos visual e de código, basta clicar nas abas correspondentes.
A facilidade na troca de modos torna muito mais ágil o processo de criação dos aplicativos.O Flex deixa a desejar apenas na falta de modelos prontos para recursos comuns em sites da web, como enquetes e formulários para envio dee-mail. Mas esse tipo de recurso não costuma ser muito usado por programadores experientes, que são o público-alvo do aplicativo.
RIAS NA FAIXA
Não existem aplicativos gratuitos com as mesmas funcionalidades do Flex Builder 2. Mas programadores experientes que dispensam interface gráfica podem criar suas RIAs em SWF com opções sem custo. Uma delas é o Flex 2 SDK (www.info.abril.com.br/download/4751.shtml). Esse pacote traz bibliotecas, compilador e outras ferramentas. Outra alternativa é o OpenLaszlo (www.info.abril.com.br/download/4752.shtml). Mantido em regime de código aberto, ele é composto pela linguagem LZX e pelo servidor Laszlo Server.
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