Executivo da Mozilla, que faz o Firefox, chama Steve Jobs de 'ultrapassado'

Por Gregg Keizer, do Computerworld/EUA
Publicada em 15 de junho de 2007 às 19h21

Framingham - John Lilly afirma que "a internet pertence às pessoas" e que Jobs se engana ao reduzir o mundo dos navegadores a dois sistemas.

Alguns rivais podem ter se sentido incomodados na segunda-feira (11/06) quando o CEO da Apple, Steve Jobs, apresentou seu navegador Safari para Windows, mas um executivo da Mozilla afirmou ontem que Jobs está 'ultrapassado' ao pensar que a batalha pelo navegador de internet se dá apenas entre o Safari e o Explorer.

John Lilly, chief operating officer da Mozilla, fez seus comentários a partir da palestra de Jobs na Worldwide Developers Conference (WWDC), onde ele afirmou que o Explorer da Microsoft tinha 78% do mercado, o Firefox 15% e o Safari, 2%.

"Esta não foi uma apresentação aleatória ou uma omissão acidental em relação aos demais browsers", disse Lilly em um post em seu blog. "Milhares de palavras descrevem Jobs e suas declarações, mas "descuido" e "acidentalmente" não fazem parte delas. Esta é, essencialmente, a forma como eles encaram o problema e mostra que usuários eles pretendem conquistar".

Mozilla não pretende deixar a batalha só porque Jobs quer isso, afirmou Lilly, eque afirmou estar irritado com a atitude do CEO da Apple. "Hoje o mundo conectado não é mais restrito aos monopólios e duopólios e cartéis de ontem em relação à distribuição de sofwtare", disse ele. "A internet pertence às pessoas, não a companhias", reiterou.

"Essa visão de mundo da qual Jobs deu uma pista denuncia sua forma de pensar: está ultrapassada, orientada ao duopólio, não reflete o pensamento da web", disse ele.

Em relação ao Safari rodando Windows, que a Apple informou ter alcançado 1 mihão de downloads nas primeiras 48 horas de disponibilidade, Lilly disse que dava as boas vindas à competição, mas nem por isso suaviza as críticas. "Steve declarou que o Safari com Windows vai transformar a história e atrair 100 milhões de novos usuários e reduzir o mundo a dois navegadores. Não aposte nisso", afirmou.

De acordo com os dados mais recentes da Net Applications, o Internet Explorer da Microsoft está em 78,7% das máquinas usadas no mês passado, enquanto o Firefox tinha 14,5% e o Safari, 4,8%.

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